ESG é uma sigla que representa os termos “Environmental, Social and Governance”, que em livre tradução para a língua portuguesa significam “Ambiental, Social e Governança”. Esse acrônimo tomou importância em 2004, após a provocação do Secretário-Geral da ONU, Kofi Annnan, a 50 CEOs de grandes instituições financeiras (https://bit.ly/3oRsQIy).
A importância desses princípios se deve aos três importantes pilares de atuação que invocam:
Ambiental (Environmental): Refere-se às práticas e impactos relacionados ao meio ambiente. Inclui questões como eficiência energética, gestão de resíduos, emissões de carbono, uso de recursos naturais, preservação da biodiversidade e mitigação das mudanças climáticas.
Social: Diz respeito às práticas sociais e impactos que uma empresa tem sobre as comunidades em que atua, seus funcionários, fornecedores, clientes e outras partes interessadas. Envolve questões como diversidade e inclusão, direitos humanos, relações de trabalho justas, saúde e segurança dos funcionários, responsabilidade social e envolvimento comunitário.
Governança (Governance): Refere-se à estrutura e aos processos de governança corporativa de uma empresa. Inclui aspectos como a composição e a independência do conselho de administração, a transparência nas divulgações financeiras, a gestão de riscos, a ética empresarial, os direitos dos acionistas e a responsabilidade da alta administração.
A implantação de processos que respeitam essas diretrizes traz benefícios para as empresas, como a melhoria da reputação, a redução de riscos, a atração de investimentos responsáveis, a satisfação dos clientes e a fidelização de funcionários engajados com a sustentabilidade e a responsabilidade social. O respeito aos princípios veiculados por essas três letras se tornaram fundamentais para a atração cada vez maior de investimentos para as empresas que os adotam.
Tanto que atualmente, muitas construtoras reconhecidas mundialmente estão adotando práticas de ESG como parte de sua estratégia de negócios, entre elas a Lendlease, @Skanskausa, @china_sate_construction. No Brasil podemos citar a @Cyrela, @Gafisa e @Tenda, entre outras, como exemplo de empresas que estão incorporando práticas de ESG em suas práticas.
Confirmando o que dissemos acima, a PwC publicou pesquisa que realizou com investidores em 2022, que aponta:
Os resultados ESG também aparecem entre as prioridades dos investidores para os negócios: governança corporativa eficaz está em terceiro lugar (54%), segurança e privacidade de dados ocupam o quarto (53%), e a redução das emissões de gases de efeito estufa (41%) completa os cinco primeiros. (https://pwc.to/45Wp9Sn)
Desafios para a implantação dos princípios da ESG no mercado imobiliário
A atuação empresarial orientada pelo ESG apresenta desafios. Implica em uma mudança de paradigma que deve ser internalizada pela diretoria e difundida entre todos os níveis de colaboradores e fornecedores.
Para Fabrício Schveitzer, da @urbanstudies:
O ESG na construção enfrenta dificuldades, basicamente por duas características fundamentais do setor:
1) Ciclicidade, ou seja, é uma cadeia que tem uma variação importante de ciclos, e isso dificulta o planejamento e por conseguintes ações perenes;
2) É por natureza uma cadeia com consumo importante de recursos naturais. Com o aperto em custos, tem mais dificuldade de proliferar as melhores práticas.
O enfrentamento a estes desafios implica em mudanças devem operar nos seguintes níveis:
Conscientização e engajamento: É necessário educar e promover a compreensão dos benefícios da implementação de práticas sustentáveis e responsáveis a todas as partes interessadas.
Investimentos e custos iniciais: A adoção de práticas de ESG muitas vezes requer investimentos iniciais adicionais. Isso pode incluir a implementação de tecnologias verdes, a obtenção de certificações de sustentabilidade, a realização de melhorias nas propriedades existentes e a formação de equipes especializadas em ESG. Os custos envolvidos podem ser um grande desafio principalmente para empresas que têm restrições financeiras.
Padrões e métricas: A falta de padrões e métricas consistentes para avaliar e relatar o desempenho de ESG no setor imobiliário é um desafio. É fundamental estabelecer critérios claros e indicadores relevantes que permitam a comparação e a transparência das práticas de ESG entre as empresas.
Complexidade regulatória: A legislação e as regulamentações relacionadas a questões de ESG podem ser complexas e variar de país para país. É essencial entender e cumprir as obrigações regulatórias aplicáveis, como as normas ambientais, direitos trabalhistas, políticas de eficiência energética e divulgação de informações.
Mudança cultural e resistência: A adoção de práticas de ESG pode exigir uma mudança cultural significativa nas empresas e no setor imobiliário como um todo. É necessário um esforço contínuo de sensibilização e liderança para superar a resistência.
Como visto, a busca pelo proceder ético, respeitoso, transparente e ecologicamente responsável é um norte tanto para os relacionamentos interpessoais quanto empresariais.
Naturalmente as empresas se guiam pela rentabilidade, assim como os clientes buscam imóveis com preços atrativos. Talvez um dos maiores desafios das empresas seja a absorção os custos de implantação dessa nova forma de atuar. Se a aplicação de iniciativas guiadas pelos princípios do ESG encarecer o imóvel, dificilmente será bem aceito pelo mercado consumidor.
Qualquer que seja a dificuldade encontrada, meios de superá-la deverão criados, pois a busca por melhorias nas áreas apontadas pelo ESG é um caminho que já está sendo trilhado e voltar ao que era antes é inviável.
O que você pensa sobre isso?
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