O ano passado iniciou com muitas incertezas para o mercado imobiliário.
Foi um ano de eleição, copa do mundo de futebol e guerra internacional. No cenário econômico brasileiro tivemos aumento da taxa Selic (que começou o ano em 9,25% e terminou em 13,75%), aumento da inflação, alta histórica do preço dos insumos da construção civil… e ainda assim o mercado imobiliário apresentou crescimento em 2022.
Foi um ano bom para a comercialização dos imóveis de médio e alto padrão, e regular para os imóveis populares. Para aqueles que trabalham com galpões logísticos também foi um ano bom.
E a expectativa para 2023?
Quanto à disponibilidade de Imóveis
Esse ano começa com uma forte expectativa de retomada da produção e comercialização de imóveis populares. A atenção a essa fatia do mercado, prometida na campanha eleitoral do novo presidente da república (pelo menos 10 bilhões de reais devem ser destinados a essa finalidade [Fonte] ), aliada ao déficit habitacional histórico, desvenda um cenário muito promissor.
Quanto aos imóveis de médio e alto padrão, exceto se o cenário econômico experimentar arrefecimento, o mercado deve continuar a pleno vapor, pois ainda temos uma elevada demanda por moradias nesse setor.
Tecnologia
Uma outra frente que deve se desenvolver é a aplicação de tecnologia nos canteiros de obra. Esse é um movimento mundial que busca a aplicação de métodos construtivos e materiais mais eficientes quanto a segurança e a economia. Num momento em que os insumos da construção estão com custos elevados, toda melhoria economicamente viável se torna atraente para a cadeia de negócios da construção.
Financiamento
Com relação ao financiamento de imóveis, o mercado aposta na manutenção dos patamares observados em 2022. Contudo, há expectativa de redução da taxa Selic, o que certamente aqueceria o mercado.
Ao lado da taxa de juros, a facilitação do crédito é outro fator importante. Medidas como carência para início do pagamento, novos modelos de financiamento e simplificação dos processos, sempre muito burocráticos, criariam um ambiente mais atrativo.
Locação
Em 2023 devemos observar um aumento na taxa de procura por imóveis para locação, tanto residencial quanto comercial. O déficit residencial aliado à alta de preços e insegurança econômica tornam o aluguel mais atrativo às famílias com a menor disponibilidade econômica.
Para os residenciais, os imóveis menores e mais centrais terão a maior procura.
Quanto aos comerciais, o movimento de retorno aos escritórios, ainda que por tempo parcial, já é sentido no setor, que observou leve aquecimento em 2022.
Assim, o ano de 2023 começa com o mercado imobiliário cauteloso, mas otimista, a espera das definições do novo governo, que certamente vão gerar impactos em todos os setores da economia.
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