Licenciamento Ambiental

Os impactos da pandemia no desenvolvimento urbano

Os impactos da pandemia no desenvolvimento urbano

A pandemia ocasionada pelo Coronavírus causou profundas mudanças na nossa forma de viver e trabalhar, consequentemente essas mudanças refletirão no mercado imobiliário e no desenvolvimento das nossas cidades.

Estamos caminhando para um semestre vivendo esse “novo normal” e o isolamento social, forçosamente, nos ensinou que não há barreiras para nos conectarmos socialmente e profissionalmente. As conexões virtuais cresceram exponencialmente.

Passamos muito mais tempo do que o habitual dentro das nossas residências, utilizando-as de forma potencializada, seja para descansar, nos alimentar, para lazer, para praticar exercícios físicos, estudar e trabalhar. Tudo em um único local.

De acordo com matéria publicada no New York Times em Maio/2020[1], esta é uma oportunidade para pensar novas maneiras para as pessoas morarem com segurança, onde exigirá uma abordagem interdisciplinar, integrando o design, saúde, trânsito e bem estar.

Para Laércio Albuquerque, presidente da empresa de tecnologia Cisco no Brasil, até o conceito de trabalhar de casa (home office) já é ultrapassado, atualmente não há necessidade de que o trabalhador compareça em um local específico para trabalhar.

Home office é uma coisa completamente do passado. Hoje nós falamos do anywhere office – o escritório está em qualquer lugar, onde você estiver”, afirma o executivo.

O conceito do anywhere office reforça que não há barreiras para realizar o seu trabalho, ou mesmo que você dependa de um local fixo. Você pode escolher onde morar e este local não precisa, necessariamente, estar atrelado ao seu local de trabalho, podendo optar, inclusive, por um local que favoreça sua qualidade de vida.

Ainda de acordo com a matéria do New York Times citada anteriormente, antes de sermos surpreendidos com a pandemia, moradores de grandes metrópoles optavam por morar próximo do trabalho, geralmente nas regiões centrais, ou mesmo próximos a linhas de metro. Atualmente essa não é mais uma necessidade.

Uma parcela do mercado passou a preferir casas ao invés dos apartamentos, tendo em vista que cresceu a necessidade por mais espaço, área verde e de lazer. A demanda por reformas também aumentou, as pessoas buscam adequar a nova forma de viver no mesmo imóvel, realizando alguns ajustes.

Um novo perfil imobiliário está surgindo!

Segundo o Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257/2001), o plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana.

Nesse contexto, vale reforçar a importância do Plano Diretor Municipal, pois é a partir dele que nossa cidade é planejada e moldada, devendo ser revisto, pelo menos, a cada dez anos, sendo esta uma oportunidade para repensarmos nossa cidade.

A pandemia está em curso e nós já sentimos os impactos em nossas vidas, em nossas cidades e no mundo!

 

Florianópolis/SC, 10 de agosto de 2020.

Deborah Lee Bertolini

Bióloga e Consultora Ambiental. Graduada em Ciências Biológicas pela PUC-Campinas há dez anos, atua em Florianópolis/SC desde 2014. Coordena projetos e equipes na área de Licenciamento Ambiental em todo o Estado e para as mais diversas atividades. Ministra cursos, palestras e mentorias na área ambiental para Corretores de Imóveis e Imobiliárias.

Bióloga e Consultora Ambiental
(48) 99804-6034
IG @cauliflora.ambiental
[email protected]
www.cauliflora.com.br

 

[1] Disponível em: https://www.nytimes.com/2020/05/05/business/coronavirus-live-leave.html?smid=fb-share&fbclid=IwAR06NShG0AP3LHpqdafKhP18LMSAdM5WAv-Z0GlNBzsq1qn7TbdU4Tb4GXg

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