A aquisição de um terreno implica no investimento de um valor que poderia ser aplicado em muitas outras coisas. É fundamental ter bem claro o que se pretende fazer com ele.
Depois de algum tempo no mercado imobiliário percebi que muitas compras de imóveis são fechadas com base em sonhos, sem uma boa pesquisa anterior, e que muitas vezes a razão é deixada de lado, gerando frustrações.
De saída quero fazer aqui a diferenciação entre terreno e lote.
Terreno é uma área maior de terra, que pode ser destinado para diversas finalidades. Um lote é parte de um terreno já dividido, com a infraestrutura e dimensões adequados à construção a que se destina. Temos um texto aqui no site com mais detalhes sobre esse assunto (acesse https://bit.ly/423pX4T).
Se você quer comprar um terreno ou um lote e não se arrepender depois, continue lendo esse texto e conheça 5 aspectos mais importantes para uma boa aquisição.
Vamos lá?
1 – Objetivo
Qual seu objetivo com o imóvel que está adquirindo?
Um imóvel pode ser adquirido para a construção de sua casa, como investimento para esperar a valorização, para realizar um loteamento ou para revender para uma incorporadora.
Tenha bem claro seus objetivos e lembre-se que qualquer imóvel vai demandar custos com a transferência da propriedade, manutenção, impostos e taxas, segurança…etc. Assim, você vai desembolsar o valor do terreno e arcar com estes custos.
Para que a aquisição seja realmente vantajosa, faça um cuidadoso levantamento dos custos.
2 – Localização
Via de regra, quanto mais urbanizada é a área, mais próxima a zonas mais populosas e com muitos serviços e comércios instalados, maior será o investimento.
Quando você procura um terreno de valor mais baixo, a busca deve se concentrar nos bairros mais afastados, que estejam no início de sua formação.
Os loteamentos novos e bairros planejados, no início das vendas, vão oferecer maiores chances de valorização.
Outra questão que deve ser estudada é a possibilidade de desenvolvimento de atividades que potencialmente diminuam ou aumentem a valorização do entorno: projetos públicos de construção de presídios, por exemplo, desvalorizam a região. Construção de shoppings, asfaltamento de vias e construção de praças públicas vão trazer valorização
Quer um exemplo? Em Balneário Camboriú, depois do alargamento da faixa de areia, os preços dos imóveis dispararam (https://bit.ly/42OP7VT). Foi uma obra pública que gerou muita valorização.
Assim, antes de escolher a localização, informe-se.
3 – Zoneamento
Observe qual a vocação da região (residencial, comercial, mista). Essas definições impactam tanto no tipo de construção, quanto nas suas características.
Todo município acima de 20 mil habitantes tem plano diretor, que, de forma simplificada, é o instrumento público que divide a cidade em zonas, ou áreas, com características próprias. O zoneamento municipal é que define, por exemplo:
- Recuos laterais: distância que sua construção deve guardar do terreno vizinho;
- Taxa de ocupação: percentual do terreno que poderá ser construído;
- Vocação da área: residencial, residencial mista, comercial ou industrial, por exemplo. Essa verificação vai esclarecer se podem ser instalados comércios, ou indústria, ou se são permitidas apenas construções residenciais;
- Coeficiente de aproveitamento: a quantidade de metros quadrados que poderão ser construídos;
- Altura máxima: altura que o imóvel poderá alcançar, com base no nível da rua.
Para saber o que você pode construir, requeira o estudo de viabilidade do imóvel na prefeitura de seu município.
4 – Infraestrutura
Observe se a área em que se situa o terreno tem rede de água e esgoto, coleta de lixo, rua asfaltada, serviço de transporte público. Quanto mais comodidades a área oferecer, maior a capacidade de valorização dos imóveis que lá se situam.
Caso esteja adquirindo imóvel em condomínio fechado, procure saber se tem portaria 24 (vinte e quatro) horas, sistema de segurança, área de lazer, piscina etc. Os terrenos localizados em condomínios completos têm maior valor agregado
5 – Aspectos físicos
Esses aspectos dizem respeito ao terreno em si. São eles:
- Topografia: o terreno poderá ser plano (nível da rua), com aclive (fundo do terreno mais alto que a rua) ou declive (fundo do terreno mais baixo que a rua).Esse aspecto impacta na diretamente no custo da construção. Quanto mais plano, melhor. Terrenos que tem aclive ou declive vão precisar de gastos maiores com fundações, muros de arrimo etc.
- Tipo de solo: esse aspecto também impacta na construção. Ele pode ser arenoso, argiloso, siltoso.
Cada um desses tipos de solo vai exigir do construtor a utilização de materiais e tecnologia construtiva diferentes na edificação, pois se “movimentam” de forma diferente. - Orientação solar: é a posição do sol nascente e poente em relação à frente do terreno. Esse fator, quando bem aproveitado, gera mais conforto térmico e iluminação natural.
A contratação de um arquiteto vai ajudar a resolver a questão do aproveitamento da insolação e da luminosidade.
Esses são fatores que influenciam diretamente na valorização de terrenos e devem ser considerados na escolha.
Chamo atenção a uma última questão: a documentação!
Para ter certeza de fazer um negócio seguro, o cuidado com a documentação é fundamental. Antes de fechar o negócio verifique a matrícula atualizada do imóvel (quem está vendendo é o proprietário? Tem algum gravame?), peça as certidões negativas do vendedor, verifique se há pendências junto ao município (IPTU e taxa de lixo, por exemplo). Se for imóvel em loteamento, verifique o registro do loteamento no cartório de registro de imóveis.
Procure sempre um corretor de imóveis de sua confiança. Esse profissional está acostumado a lidar com essas questões e pode fazer toda diferença em prol de um bom negócio.
Como disse acima, comprar bem ou comprar mal vai depender muito de quanto você está consciente sobre o que quer com o imóvel. Tendo conhecimento, as chances de fazer um bom negócio são maiores!
Ficou com alguma dúvida, entre em contato conosco.
Até a próxima!
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